Eis o Canto de José Avillez, palco da comida e das artes, com curadoria da fadista Ana Moura e do músico e compositor António Zambujo. Onde? No outrora Belcanto.
O pano sobe, no próximo mês de Fevereiro, no n.º 10 do Largo de São Carlos, em Lisboa. No interior, a instalação repleta de miniaturas minuciosamente dispostas, da autoria do Studio Astolfi, de Joana Astolfi, salta à vista de quem entra neste espaço intimista, discreto, inusitado. Neles a predominância dos castanhos e dos verdes escuros favorecem o ambiente e harmonizam com as luzes ténues de uma casa de espectáculos. À mesa, sobre as toalhas brancas, estão os pratos da Cozinha Velha, da portuguesa Vista Alegre.
“A ideia era juntar os dois espaços”, começa por contar José Avillez, ou seja, o plano seria ligar o antigo Belcanto com o n.º 10 A da mesma rua, o atual espaço que ocupa na cidade. Quis, porém, o destino que tivesse outra alma, na sequência de um telefone com a fadista Ana Moura, que confessou o desejo de ter um espaço onde cantasse e tivesse a comida do chef.
A partilha dos mesmos gostos fez entrar em cena António Zambujo. “Vimos das experiências das casas de fado”, diz Ana Moura, recordando as noites passadas em tão típicos lugares da capital portuguesa “e das pessoas que se juntavam”. O Canto remete, precisamente, para esses momentos reservados não apenas ao fado, mas também a outros cantores e a diferentes áreas do universo das artes, como a literatura, a pintura. “O elenco não será fixo” e fica a promessa “de noites muito agradáveis” pautadas, na sua maioria, pela Língua Portuguesa.
Cheguemos, de novo, à mesa. A carta é uma ode à cozinha de conforto, a qual se comprova em cada garfada. Depois do couvert, constituído por pão, manteigas e azeitonas, são servidas as entradas frias. Na lista constam a saudosa santola recheada, a deliciosa perdiz de escabeche, o atum confitado com feijão-frades e o tártaro de novilho trufado, para quem gosta de sabores fortes. Para as entradas quentes, José Avillez elege três petiscos “comer e chorar por mais”: camarão salteado com alho e malagueta, croquetes de rabo de boi e foie gras com emulsão de mostarda trufada, e alheira de Mirandela DOP assada com ovo de codorniz estrelado.
Arroz de cogumelos selvagens, Arroz de marisco, Robalo salteado com legumes e molho holandês, bacalhau à Brás com azeitona galega, pluma de porco alentejano com migas e favinhas, leitão assado com molho de pimenta e batatas fritas em palitos e bife do lombo com batatas fritas às rodelas e molho de trufas são os pratos principais a dificultar a escolha.
Por fim, as sobremesas. Farófias com raspa de limão, pastel de nata, pudim Abade de Priscos e toucinho do céu são as sugestões a ter em conta para o desfecho do jantar concerto, que começa entre as 19 horas e as 20h15. Entre as 21h30 e as 22h15 há música ao vivo. Sempre de terça-feira a domingo. A reserva é feita por meio da aquisição do bilhete (€75) solicitado via site ou através do n.º de telefone 211 626 310, o qual inclui o couvert, três entradas frias e outras tantas quentes, um prato principal e uma sobremesa (exclui bebidas).
A quem preferir jantar fora de horas há a possibilidade de o fazer ou pedir, entre as 23 e as 01 horas, alguns pratos a acompanhar com os cocktails e a seleção de bebidas da carta de bar. A música segue entre as 23h30 e as 00h30. A reserva deve ser feita através do mesmo número de telefone.
Agora é “sintonizar” a data na agenda, ir e ficar…