Qualidade, criatividade, preço. Qual o futuro da restauração? / Chef Angélica Salvador

Enaltecer a fusão entre a diversidade inerente à cozinha do Brasil com os “regionalismos” gastronómicos de Portugal é um dos objectivos que Angélica Salvador para o In Diferente onde, ao longo destes meses, optou pelo takeaway e pelo delivery, sem descurar as ideias de pratos que quer implementar no seu restaurante.

Nascida no Maringá, município do Estado do Paraná, no Sul do Brasil, Angélica Salvador que, em 2006, ruma a Portugal, país que mostra o quanto gosta de cozinhar. O ofício levou-a a juntar, no currículo, o Sheraton e o Vila Vita Parc, das terras algarvias, bem como o Tróia Design Hotel, na Península de Setúbal, o Júpiter Lisboa Hotel, em Lisboa, e o Cafeína, no Porto, em nome da experiência e do conhecimento. Em finais de 2018, abre o In Diferente, restaurante localizado na Foz da cidade Invicta. 

A que se dedicou a fazer durante estes últimos meses?
Durante este período, estive sempre a trabalhar, desde de Janeiro até à data, e o In Diferente esteve aberto com serviço takeaway e delivery.

Houve tempo para pôr em prática o que anteriormente lhe era impossível?
Tem sido para aplicar novos pratos, para que a cozinha do In Diferente “chegue” a casa dos clientes, entre menus de trufas, menu de São Valentim, no qual tive um feedback positivo.

Se lhe pedisse para falar sobre o seu percurso profissional, o que diria acerca destes 12 meses?
Estes últimos 12 meses têm sido de adaptação à nova realidade. A minha maior preocupação é fazer com que tudo chegue com o máximo de qualidade ao meu cliente. 

Está a desenvolver pratos/criações para a temporada que se avizinha? Pode levantar o véu?
Estou a contar os dias para que possamos voltar a ter as portas abertas e receber os clientes no restaurante. As ideias surgem todos os dias através da utilização de produtos da estação. Aproveito para testar os mesmos para, no futuro, implementar na cozinha do In Diferente. Já tenho novas ideias para esta temporada.

Que novidades pondera incluir nos menus de degustação e na carta aquando da reabertura do In Diferente?
Nesta reabertura, quero realçar a fusão do meu país com a cozinha portuguesa – quero implementar, no menu e na carta, produtos do Brasil.

Vai implementar mudanças na sua cozinha, no sentido de abranger um público mais lato ou a estratégia é cingir o serviço a um grupo mais restrito de clientes? Como explica esta decisão?
Vou continuar a implementar mudanças para melhorar cada vez mais o que for possível, dar seguimento no que tenho vindo a fazer para criar consistência. 

Qualidade. Criatividade. Preço. Como é a sua cozinha e como vê o futuro do sector da restauração a partir destas três palavras?
Estas três palavras juntas são importantes na minha cozinha. Manter a qualidade do produto usando a criatividade, para que este mesmo produto não perca o seu brilho e sabor. A qualidade esta ligada ao preço e agora ainda mais, vendo o que o sector da restauração está a passar. São pontos importantes para o futuro.

Quão desafiante se tornou este último ano no percurso da chef?
Este último ano foi realmente um ano desafiante. O In Diferente tem dois anos e, nesta fase, o meu desafio maior foi manter sempre as portas abertas com qualidade e adaptação da minha cozinha a esta realidade. Foi muito  produtivo, no sentido de estar mais ligada diretamente ao meu cliente e aos meus aos fornecedores. Tem sido um ano de muita aprendizagem!

+ Restaurante In Diferente

© Fotografia: D.R.

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