O branco Garrafeira é mágico! E Reserva branco é para guardar

Na Herdade Aldeia de Cima, a minúcia no trabalho realizado na vinha estende-se à adega, projecto associado à tradição, ao potencial de cada casta e ao regresso de um termo antigo assumido num dos dois rótulos dos vinhos sobre os quais aqui falamos.

Solo, clima e casta são factores primordiais no terroir de uma propriedade vitivinícola, indissociáveis à acção da mão humana, que, na terra e na adega, complementam os afazeres do dia-a-dia até ao resultado final. Falamos da vinha da Herdade Aldeia de Cima, localizada na sub-região da Vidigueira, no coração do Alentejo, de onde foram colhidas as variedades de uva branca Antão Vaz, Arinto e Alvarinho para o Herdade Aldeia de Cima Garrafeira branco 2019

A vinificação ocorreu em balseiros de tanoarias francesa – Taransaud e Radoux –, regidas por exigentes critérios relacionados com a sustentabilidade das florestas e cuja produção de peças só é feita mediante encomenda. A selecção criteriosa feita por parte de Luísa Amorim, proprietária da Herdade Aldeia de Cima e da equipa de enologia desta propriedade vinhateira, teve em conta os diferentes canais porosos da madeira, que conferem uma temperatura natural na fermentação. Ao mesmo tempo, os atributos de cada casta são respeitados também devido à intervenção mínima a que foram submetida em adega, assim como a diversidade, a tipicidade e a frescura características da Serra do Mendro, lugar bucólico por onde se estende esta herdade alentejana.

Findos os nove meses de estágio em balseiro, o Herdade Aldeia de Cima Garrafeira branco 2019 foi submetido a um estágio de 12 meses em garrafa, daí a aplicação do termo “Garrafeira”. Outrora muito utilizado em vinhos de grande qualidade do Dão e da Bairrada, este processo reforça a sensação de mineralidade, a frescura e a acidez do vinho, em detrimento da influência da madeira. “No Alentejo, o vinho não precisa de tanta madeira. (…) Queremos vinhos mais longos, com a expressão da fruta mais natural”, reforça Luísa Amorim. Apesar de estar pronto a beber, o Herdade Aldeia de Cima Garrafeira branco 2019 (€42) é objecto de estudo, razão pela qual recomendamos que seja guardado por mais tempo, no sentido de conhecer a evolução que irá ganhar em garrafa.

Do mesmo ano de colheita, há o Herdade Aldeia de Cima Reserva branco 2019 (€15,20) elaborado a partir das referidas castas. O lote composto por Arinto e Alvarinho foi decantado por 48 horas, findas as quais foi a fermentar em cubas de cimento Nico Velo. A casta Antão Vaz esteve a fermentar em barricas de carvalho francês. O blend ocorre um mês depois, em cubas Nico Velo. Resultado? As notas de fruta das três variedades de uva estão presentes q.b. a par com a frescura e a sensação de mineralidade, sendo estas duas características potenciadas pelo estágio. A guardar.

Brindemos!

+Herdade Aldeia de Cima

© Fotografia: João Pedro Rato

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