A celebração fez-se à mesa, primeiro com vinhos feitos a partir das uvas vindimadas e vinificadas na propriedade e, depois, na companhia de comida inspirada no receituário de um Alentejo que, em 2016, testemunhou a inauguração deste lugar dedicado ao vinho, à arte e, mais tarde, à restauração.
O cenário avistado do terraço do restaurante
“O meu pai acreditava que, aqui, se produziam muito bons vinhos e, na verdade, nós temos tudo aqui! A terra é vida! Passados estes anos, sabemos como tudo funciona – como o sol influencia a vinha, que castas devemos ter… No fundo, sabemos o que devemos fazer, para melhorar este lugar e obter produto de qualidade.” Cess de Bruin é filho de Cess e Inge de Bruin-Heijn, o casal holandês, fundador da Quinta do Quetzal, que, a 7 de Setembro de 2016, inauguraram esta propriedade localizada na Vidigueira, sub-região vinhateira do Alentejo. Dar continuidade ao legado de Cess de Bruin é o objectivo da família.
Vinhos à prova por ocasião do 15.º aniversário da Quinta do Quetzal, acompanhada pela sabedoria do gastrónomo e crítico de vinhos, Fernando Melo
“Continuamos a fazer de tudo para aumentar a qualidade dos vinhos”, reforça o filho, que, além de ter o mesmo nome do pai, assume a responsabilidade da Quinta do Quetzal, na categoria de produtor de vinhos. Para Cess de Bruin, é fundamental investir num produto que seja fiel ao Alentejo e a Portugal, daí a crescente aposta nas castas nacionais. Sempre com o reconhecimento internacional na mira. “Penso que daqui a 15 anos, este vinhos irão equivaler aos vinhos de Espanha, de Itália, de França. Isso só não acontece agora, porque ainda não são conhecidos em todo o mundo.” Esta é a razão pela qual sublinha a importância de Portugal firmar na promoção dos seus vinhos.
Este trabalho acontece já há 15 anos na Quinta do Quetzal, onde a adega coabita com a galeria, instalada no piso subterrâneo do edifício principal. A área artística permanece nas mãos de Aveline de Bruin, filha do casal holandês, e continua focada nas obras de jovens artistas, sejam conhecidos, sejam desconhecidos. “São artistas emergentes, que precisam de ser impulsionados dentro do mundo artístico”, afirma Cess de Bruin.
João Mourato, chef residente, o coração e a alma da cozinha da Quinta do Quetzal, o Pedro Mendes, chef consultor e um grande impulsionador do que aqui é feito diariamente
No primeiro andar, com acesso directo ao exterior, está o Restaurante Quinta do Quetzal, uma enorme janela para uma das encostas da vinha, de 50 hectares, da propriedade. Na cozinha, o chef João Mourato e a sua equipa ocupam-se da azáfama inerente à confecção da comida servida aos almoços, entre quarta-feira e Sábado, e os jantares servidos à sexta-feira e ao Sábado.
O convite para fazer parte desta casa surgiu em 2016 e o desafio foi feito pelo chef Pedro Mendes. “Estava em Vila Viçosa, quando o chef Pedro disse-me que tinha um sítio bom para mim. Ao chegar aqui, vejo que é um empreendimento a sério, mas pensava que ficaria por cá só um ano, o que não aconteceu. Fizemos a inauguração no dia 7 de Setembro de 2016, para 350 pessoas e a partir desse dia e nunca mais paramos!”, conta João Mourato.
Bacalhau, samos e grão, este nos pézinhos de coentrada, harmonizado com Quetzal Família branco 2014
“Tenho um orgulho enorme no trabalho que o João tem feito ao longo destes [5] anos!” As palavras são de Pedro Mendes, chef consultor do Restaurante Quinta do Quetzal, porque, apesar de a Quinta do Quetzal estar situada no “Alentejo profundo”, como lhe chama João Mourato, “não há aqui autocarros de turistas, mas as pessoas começaram a vir e dá gosto ver esta casa cheia dia após dia. Ainda há pouco disse que esta casa é do João e dou-lhe esse crédito, porque tem feito um óptimo trabalho”, afirma Pedro Mendes.
Borego, puré de cenoura e espinafre com molho de iogurte a par com Quetzal Família tinto 2016
A carta é Alentejo. “A comida é honesta, feita com produtores locais”, continua o chef residente. “O pão vem da Escurinha, os legumes são do Vale das Dúvidas, que fica a 10 quilómetros daqui. Também estamos a utilizar o borrego de lá. Tentamos ao máximo ter aqui uma linha de produtos locais”, acrescenta, enquanto refere a horta de ervas aromáticas vista do terraço do edifício principal. Mas “Quetzal não é só adega, não é só restaurante. Temos uma mesa de piquenique, onde são servidos petiscos tradicionais alentejanos”, diz, apontando, ao mesmo tempo, para o chaparro no cimo da encosta da vinha.
“Nós apaixonámo-nos por esta região, pela sua arte, pelos seus vinhos e pela sua comida”, remata Cess de Bruin, deixando o convite a todos que queiram experimentar as colheitas da Quinta do Quetzal, que acaba de incluir, no seu portefólio, o Quetzal Família Grande Reserva tinto 2016, para celebrar os 15 anos deste lugar e os cinco do restaurante.
Brindemos!
