A chef Inga Martin assina a nova ementa deste espaço, onde os grelhados e os citrinos assumem protagonismo. Junte-se o colorido dos novos cocktails ao ritmo de sonoridades ecléticas.

Os tons neutros da decoração entrecortada pelo verde das plantas dispostas pelos recantos do Mona Verde, instalado no rooftop do n.º 14 C da rua Castilho, em Lisboa, transportam os presentes a uma viagem pelo mundo gastronómico, sem descurar a vista sobre o rio Tejo e o casario de Lisboa. À boleia deste roteiro, em que os sabores do sul da Europa se cruzam com o exotismo da cozinha da América Latina, inicia-se um novo périplo entre o poder do fogo, bem ao gosto de Inga Martin, a chef que, desde dezembro de 2024 assume a liderança da cozinha deste espaço cosmopolita da capital.
“A grelha foi uma grande vantagem” e está aliada à qualidade dos produtos, outro dos factores determinantes para a chef natural de Coimbra, ou não fosse o sabor a mais-valia do resultado de cada prato. “Acho que isso fazia sentido no menu final”, reforça, apesar da influência do receituário algarvio marcar a nova ementa do Mona Verde. O anticucho de cogumelos-ostra glaceados e salsa verde, o robalo com espargos, ervilhas e espuma de beurre blanc ou o anticucho de porco preto, com creme de chipotle e cebolinho são exemplos de pratos confecionados na grelha. Sem esquecer o polvo grelhado, nduja e molho de pimentos assados, com rebentos de brócolos, outro exemplo, mas, desta vez, de sabores algarvios.

O ceviche de robalo, curado em sumo de citrinos, foi um dos pratos que a chef Inga Martin reformulou, tornando-o ainda mais saboroso
Inga Martin reinventou, na grelha, todos os pratos anteriormente sugeridos, formulou criações da sua autoria, trabalhou texturas e incluiu os citrinos, “porque a acidez ajuda a equilibrar [os sabores] num prato”. Sem esquecer a primazia dada à matéria-prima fresca, desde a carne aos legumes, passando pelo peixe, já que, hoje em dia, é conhecida a facilidade de obter estes ingredientes com maior facilidade. Nos bastidores, a chef decidiu dividir a equipa em produção e serviço, para garantir que tudo passasse a sair com consistência exigida, para a mesa dos clientes.
A mesmo preocupação estende-se às sobremesas, como seria de esperar, com o abacaxi grelhado, outra das sugestões cujos sabores se tornam maiores quando passada pelas brasas. Soma-se o chocolate, a monopolizar (no bom sentido) uma das propostas da ementa, a par com o caramelo salgado, com um toque de brandy, tornando-a mais gulosa e viciante. Para fazer jus ao exotismo da América Latina, há sobremesa com recheio de doce de leite, crumble feito a partir de amêndoa e gelado de baunilha, para os maiores glutões.

Há boas novas nos cocktails clássicos e nos de assinatura
Entre a carta de vinhos e a de cocktails do Mona Verde, há quem prefira esta última, pela irreverência da cor e da combinação de sabores. Eis algumas das novidades, a começar pelo Solero, uma viagem tropical e simultaneamente uma espécie de ode ao gelado de uma marca bem conhecida em Portugal, ou o Guapo, um bom modelo da união entre o picante, o fumado e o frutado q.b. Aos que gostam mais do mix entre o floral e o frutado, fica a sugestão do SoLua, enquanto o Call of Sunset revela acidez, frescura e um toque floral. Considere ainda o Anestesia, para experimentar de olhos fechados, e o Braza, aromático e refrescante.

Este novo capítulo do Mona Verde revela-se ainda mais descontraído, mas igualmente eclético, com grooves, chillout e deep house à segunda e à terça-feira; sonoridades dos anos 1990, à quarta-feira e ritmos sul-americanos, à quinta-feira, com o Mona Vista Social Club. À sexta-feira, o rooftop enche-se de ritmos house e afro house, seguindo-se as batidos da disco sound, ao sábado, enquanto o domingo é dia de Sunset Remedy, para brindar os presentes com bossa nova ou atuações acústicas, para encerrar o fim de semana, com a serenidade merecida.
É ir! Bom apetite!