Intensamente beirão

Que tal umas fatias de presunto, para começar, seguido de um caldo do cozido rico à portuguesa, no Intenso? Os produtos são da Beira Baixa e o restaurante está localizado em Lisboa. O prato serve-se bem quente todos os domingos, até março de 2026.

Chegada a época de inverno, nada melhor que acalentar estômago e alma com um cozido à portuguesa. Servido quente, é feito com as carnes e os enchidos que lhe pertencem por direito culinário. Sem esquecer as brássicas, incluídas para, provavelmente, equilibrar a gordura da proteína, a par com o nabo e a cenoura. 

Mas, numa época em que a origem dos produtos é debatida entre cozinheiros, discussão essa, muitas vezes, partilhada com apreciadores de boa comida, permanece a sensibilidade de quem é responsável pela cozinha no que à matéria-prima diz respeito. Por esse motivo, o chef Mateus Freire, natural da Beira Baixa, decidiu pôr as mãos no volante, para trazer umas peças preciosas da região-berço. O objetivo é enriquecer o cozido rico à portuguesa servido, ao domingo, no Intenso, restaurante do n.º 69 A, da rua da Boavista, em Lisboa, até março do ano que se avizinha.

Tudo é feito com rigor, do princípio ao fim, de modo a tornar o almoço de domingo uma refeição de conforto memorável. A começar pelas finas fatias de presunto serrano beirão e pelas rodelas de morcela grelhada, duas entradas que acicatam logo o apetite. Segue-se o caldo de cozido a comer com barriga de porco. Terminado este momento, eis que chega à mesa o cozido à portuguesa intensamente beirão. 

Bucho, chouriço moura, chouriço de sangue, farinheira e farinheira de carne são os enchidos artesanais confecionados pelo senhor António Abrantes, da charcutaria Valverde, no Fundão, que o chef Mateus Freire faz questão de incluir no cozido à portuguesa. A este desfile de sabores e texturas juntam-se as carnes, como a barriga, o chispe, o pernil, a orelha e a aba de novilho, para além das couves portuguesas: a lombarda e a coração. Acrescem o nabo, a batata e, claro, a cherovia, produto emblemático da região, mais concretamente da Covilhã, que tão bem representa as beiras.

Quanto à harmonização, a sugestão recai em vinhos da Beira Baixa. É o caso do Folhas Caídas branco, da Sociedade Agrícola da Beira, e o Reserva do Patrão tinto, da Quinta dos Termos. Ambos são vinhos com Denominação de Origem Beira Interior. Chegada a hora da sobremesa, o chef Mateus Freire brinda com uma tigelada beirão, servida à colherada.

O cozido rico à portuguesa (€22, bebidas não incluídas) está disponível apenas ao almoço, no Intenso. Já agora, gosta de cabrito assado. Pois bem, o prato é servido ao sábado, neste restaurante.

Bom apetite!

Restaurante Intenso
© Fotografia: João Pedro Rato

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