A incontornável cozinha francesa na cultural cidade à beira do rio Loire serviu de pretexto para a criação de um guia, Les Tables de Nantes 2015, e conhecermos as especialidades de quatro casas.
A centenária La Cigale no coração da cidade de Nantes
Bistros, brasseries, crêperies, restaurantes. Ao todo são 76 páginas compostos por 114 moradas gourmet e 12 espaços dedicados a néctares de Baco de Nantes e dos vinhedos do vale do Loire. Um roteiro de sabores dominado pelo peixe e marisco, graças ao vizinho Atlântico, e pelos legumes e pela fruta que, de terça a domingo, chegam aos mercados da cidade, com particular ênfase para o de Talensac, o mais antigo de todos, inaugurado em janeiro de 1937, com matéria-prima de grande qualidade.
Mas vamos ao repasto. Na viagem à descoberta de Nantes iniciamos a rota dos sabores na centenária La Cigale, a brasserie da cidade, inaugurada a 1 de abril de 1895, com morada fixa na Place Graslin, do lado oposto ao Théâtre Graslin. Obra do arquiteto-ceramista Émile Libaudière, La Cigale é revestida a azulejo, numa inspiração retro da natureza, e de um ambiente descontraído e muito acolhedor. O lugar eleito de artistas dotados de surrealismo, como André Breton e Jacques Prévert, pelo cineasta francês Jacques Demy, para o seu “Lola”, e por quem tanto aprecia o marisco das águas frias da costa atlântica num misto de glamour muito ao estilo francês.
O Le 1 e a instalação inspirada nas tendas dos índios à beira do rio
No alinhamento do roteiro, a Île de Nantes tem paragem obrigatória no Le 1, o restaurante que faz jus à boa gastronomia francesa e há quem o procure pelas cozinhas nipónica, indiana e chinesa. Para lá chegar, há que percorrer a ponte pedonal, em frente ao Palácio da Justiça. Respire fundo. A vista para as margens do Loire suspiram tranquilidade. Aos gourmets recomendamos a mesa do chef, com vista para a ampla cozinha do restaurante, onde a azáfama é inevitável, mas da qual nada se ouve, pois os pratos, acompanhados de um bom vinho – Muscadet, originário das vinhas do vale do Loire – e de uma boa conversa, depressa conquistam o paladar e os sentidos.
Quando terminar, passe pela instalação disposta junto ao rio, uma tenda de índios que é uma cafetaria.
La Civelle, a típica brasserie francesa em Trentemoult
Por sua vez, em Trentemoult, na marguem esquerda do estuário do Loire, e depois de passear nas ruas traçadas pelo casario colorido da ilha piscatória, sente-se à mesa do boémio La Civelle. Uma brasserie, decorada a rigor e ornamentada com candeeiros assinados pelo designer francês Phillip Starck, onde apetece alongar tão agradável repasto, protagonizado pelo peixe, ou não estivéssemos a cerca de 15 quilómetros do mar, acompanhado de uma boa conversa e de Muscadet, o vinho da região vinícola de Nantes. No fim, experimente os profiteroles, para partilhar…
Recorde-se que para chegar a Trentemoult, precisa de ir até à gare marítima, para embarcar no transporte fluvial Navibus.
Aos apreciadores de crepes a recomendação recai no Le Coin dês Crêpes
Na despedida de Nantes, a reserva do almoço, à conversa com o diretor do Castelo dos Duques de Bretanha, Bertrand Guillet, sobre a história da cidade e do histórico castelo, foi feita no Le Coin dês Crêpes. Um espaço muito trendy e acolhedor, onde os crepes, que preenchem a carta revestidos de pratos tentadores aos nossos olhos, são feitos e servidos comme il faut, ou não estivéssemos na cidade outrora pertencente à Bretanha, o berço de tão deleitosas iguarias.
Le Coin dês Crêpes fica a poucos metros do mais premiado hotel de design da Europa de 1995, o La Pérouse, de Bernard e Chlotilde Barto e cujo nome foi inspirado no navegador francês Jean François Galaup, conde de la Pérouse.
E muitas outras moradas gourmets ficam por registar e conhecer. Por isso, aqui fica o desafio para as percorrer e, ao mesmo tempo, (re)descobrir a gastronomia francesa.
Bom apetite! •
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© Fotografia: João Pedro Rato
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