Na Quinta do Francês também há vinhos de expressão portuguesa

Patrick Agostini é médico, produtor de vinhos e enólogo. É casado com uma portuguesa, Fátima. Ambos decidiram rumar para Portugal, há 20 anos. O Algarve foi o destino de eleição, por ser a região do país com mais semelhanças com a Saint Tropez francesa, a terra natal do nosso anfitrião. Objectivo? Produzir vinho.


A loja, a sala de provas e a adega com a cave de barricas estão instaladas no edifício cuja traça respeita a arquitectura da região

A paixão pelo legado de Baco é um caso sério. Patrick Agostini descende de uma família italiana com tradição na produção de vinho, actividade que desenvolveu em Bordéus, graças ao curso de enologia e viticultura tirado na célebre região vínica de França, até ao momento em que veio de malas e bagagens para o Sítio da Dobra Odelouca, em direcção à Serra de Monchique, no concelho de Silves.

O nome Quinta do Francês surgiu naturalmente, para localizar onde ficava esta propriedade vinhateira de Patrick Agostini. Tem nove hectares e apresenta dois tipos de solos: um xistoso, localizado nas encostas e nos terraços deste terreno em declive, e outro de aluvião, devido à proximidade da ribeira de Odelouca. A influência do Atlântico é notória, seja no vento que se faz sentir, quer no vinho.

A plantação da vinha, de oito hectares, começou em 2002 e foi acrescentada em 2006 e 2010. As castas francesas e portuguesas foram escolhidas a dedo e apresentadas em igual número, apesar do predomínio das tintas – Tincadeira, Aragonês, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Syrah. A Sauvignon Blanc é a única variedade de uva branca plantada nos solos férteis de aluvião. A Arinto é proveniente de uma propriedade de dois hectares de Odiáxere, situada a cerca de vinte quilómetros da Quinta do Francês.  


O stock de barricas é renovado a cada três anos

A adega, construída em 2008, respeitando o traço da arquitectura da região, tem o vinho tinto como o principal na lista de produção. Seguem-se os brancos, com o monocasta de Sauvignon Blanc como o único a ser submetido ao estágio em madeira; e o rosé, agora apenas com o rótulo Quinta do Francês.


As referências Quinta do Francês e Odelouca – nome atribuído à entrada de gama – são produzidas sob a batuta de Pedro Mendes, enólogo escalabitano rendido estas terras situadas bem a Sul de Portugal, em uníssono com o Patrick Agostini.

Ianthis é, por sua vez, a boa nova a entrar, em breve, no portefólio vínico deste produtor. Previstos estão o tinto feito a partir da dupla de castas Cabernet Sauvignon e Syrah, o monovarietal de Touriga Nacional, de expressão portuguesa, e o branco composto pela francesa Chardonay.


As provas vínicas podem ser feitas a solo ou acompanhadas por tábuas de queijos e enchidos

Sob a cave de barricas e da adega estão a loja e a sala de provas vínicas – com ou sem o acompanhamento de tábuas de queijos e enchidos –, uma oportunidade para degustar os vinhos desta casa, a explorar através de visitas guiadas. Ambos os espaços estão abertos de meados de Março a meados de Novembro, de segunda-feira a sábado, das 10 às 13 horas e a das 14h00 às 17h30 (abrem durante a semana de meados de Novembro a meados de Março).

A descobrir!

+ Quinta do Francês
© Fotografia: João Pedro Rato

+ Legenda da foto de entrada: O casal Patrick e Fátima Agostini é proprietário da Quinta do Francês

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