O The Museum, restaurante efémero criado no âmbito deste projecto colectivo de chefs e escanções fundado pelo jovem francês Luca Pronzato permanece, em Lisboa, até ao próximo dia 12 de Março.
The Museum é, nada mais, nada menos, que um restaurante pop-up, situado em pleno Chiado, desenvolvido pelo projecto ONA (onda em catalão) no sentido de impulsionar a criatividade e acicatar a permanente descoberta de jovens cozinheiros, bem como mostrar quão eclético é o trabalho realizado por produtores locais e regionais. O resultado traduz-se na elaboração de um menu de degustação servido ao jantar. Este é constituído por dez momentos. Os ingredientes principais são, essencialmente, de origem portuguesa, sendo cada elemento de cada prato feitos pela equipa de cozinha. A conjugação de sabores revelam o zelo na confecção, a ousadia q.b. e uma apresentação criativa.
Todo o trabalho está, literalmente, nas mãos do português Micael Duarte, que tem o Prado, em Lisboa, e a Taberna do Mercado, em Londres, no currículo; do basco Iñaki Bolumburu, com o Nerua Guggenheim Bilbao e o Noma, em Copenhaga no seu percurso; da brasileira Mariana Schmidt, que esteve no Laisai, no Rio de Janeiro, e no Mugaritz, em Gipzkoa, no País Basco; do português Edgar Bettencourt, com o Feitoria, o restaurante com uma estrela Michelin do Altis Belém Hotel & Spa, no seu portefólio; e, recentemente, da italiana de origem frnco-japonesa Akane Monavon, que já passou por cozinhas de Londres, Reino Unido, Paris, em França, Reykjavik, na Islândia, Nova Iorque, São Francisco, ambos nos Estados Unidos, e Lima, no Peru. A supervisão é feita por Patrícia Pombo, project manager e escançã, sendo a responsável pela harmonização para cada prato e pela selecção de vinhos dos espaços deste hotel composto por cinco suites. Há ainda Nora Garberson, global service manager, e Lydia Knoop, front Manager do The Museum na ausência de Patrícia Pombo, sem esquecer a mixologista Constança Cordeiro, da Toca da Raposa, bar do Chiado, a autora dos cocktails.
A experiência realiza-se num dos 12 lugares na mesa da sala, dos quais seis estão na mesa do chef, no 1.º piso do n.º 16, do Largo da Trindade, em Lisboa. Ou seja, tem morada temporária no The Art Gate, o novo boutique hotel de cinco quartos com uma galeria de arte contemporânea, a TAG, uma espécie de “porta de entrada” que leva os visitantes a viajar por uma dimensão associada a outros processos criativos da autoria de jovens artistas, maioritariamente portugueses. É o caso da actual exposição intitulada “Not Down In Any Map”, com curadoria de Joana Valsassina e Leonor Carrilho, a conhecer até 22 de Fevereiro, entre as 12 e as 20 horas.
Contíguo a este espaço está o Lounge. Aqui, os livros, da Stolen Books, editora independente de Lisboa, e os vinhos naturais e biológicos de produtores vitivinícolas menos convencionais de Portugal e de fora de portas, coabitam entre si. É, por conseguinte, um óptimo espaço para tomar uma bebida antes ou depois do almoço e do jantar no The Museum, ou comprar uma garrafa para oferecer ou partilhar com os amigos, ou simplesmente para beber um copo durante a tarde.
Todo o projecto envolve, também, o gosto transversal pelo design e pela decoração orgânica. Este trabalho denota a sensibilidade deste conjunto de jovens, seja na sala, seja na cozinha, onde elementos da natureza provenientes de Monsanto, o pulmão verde de Lisboa, tornam os dois espaços acolhedores e descontraídos em concordância com o estilo de cozinha praticado pelos chefs.
Por outro lado, Patrícia Pombo destaca a importância dos fornecedores e produtores de Norte a Sul de Portugal para o The Museum. “João Rodrigues [chef do Feitoria] foi, desde o início, um grande apoiante deste projecto, graças ao contacto que está a fazer com os fornecedores do país para o seu Projecto Matéria”, esclarece a escançã.
Aos jantares (€75) com harmonização vínica (€55), servidos às 19h00 e às 21h30, de quarta-feira a segunda-feira somam-se, agora, os almoços (€40) com vinhos (€25), às 12h00 e às 14h30, de sexta-feira a Domingo. Todas as refeições, a terminar no dia 12 de Março, carecem de reserva prévia no site do ONA .
Para os mais viajados deixamos a informação de que o projecto ONA, que já passou pela Basileia, na Suíça, e pela capital francesa, Paris, também está, agora, em Zermatt, em terras helvéticas, até 6 de Abril, um bom pretexto para, quem viajar para esta cidade, ir conhecer o que por lá faz a equipa do ONA.
Quem vai surfar esta ON(d)A de experiências gastronómicas em Lisboa?