Desta vez, fomos até ao distrito de Aveiro, à boleia da Bairrada, região vinhateira, onde o espumante e o leitão assado partilham a mesma mesa, como se à mesa da realeza estivessem.
A Caves Messias foi fundada há quase cem anos, na Mealhada, porMessias Ferreira Baptista
A harmonização é infalível e não é por acaso que a Bairrada é reconhecida pelos seus espumantes. A Caves Messias, empresa familiar fundada em 1926, por Messias Ferreira Baptista, é um dos exemplos na produção de tão apreciada bebida. A matéria-prima é proveniente da Quinta do Valdoeiro.
Situada na freguesia da Vacariça, no concelho da Mealhada, esta propriedade de 130 hectares, dos quais 70 estão ocupados pela vinha, tem a Baga como uma das castas maiores – neste caso, tinta – na feitura de espumante, assim como as variedades de uva branca Arinto, Bical e Chardonnay.
A supervisão dos espumantes está por conta do enólogo João Soares, que, desde 2002, integrou a equipa desta casa. Todo o seu trabalho, feito desde então, está patente a quem visitar as galerias subterrâneas da Caves Messias, instaladas nas antigas cubas de cimento existentes na sede da empresa, na Mealhada.
As galerias subterrâneas reúnem as condições necessárias ao estágio a que são submetidos os espumantes
Neste espaço escuro, frio e seco – como se quer –, estão vinhos produzidos no Douro, onde Messias Ferreira Baptista compra, em 1956, a Quinta do Cachão – cuja área total engloba a propriedade outrora chamada de Quinta do Rei e na qual Ana Urbano detém a responsabilidade face à produção de Vinho do Porto –, no Cima Corgo, bem como os vinhos da Quinta do Penedo, localizada no concelho de Mangualde.
As provas vínicas complementam os programas de enoturismo do produtor vitivinícola bairradino
Reserve visita às galerias e a prova vínica. Descubra os sabores da região bairradina à refeição, na Caves Messias. Tudo com reserva antecipada.
O Rei dos Leitões é um dos mais conceituados restaurantes do país
Avancemos, agora, para o leitão, assado a preceito num dos fornos do Rei dos Leitões, restaurante emblemático da Mealhada, no distrito de Aveiro.
O ano de 1947 assinala o início desta história, quando, a 15 de maio, os tios de Licínia Ferreira, a atual proprietária deste espaço de restauração, decidem assar um leitão, que fez as delícias dos presentes daquele Dia da Espiga. O tio, Arménio de Sá Camboa, com a alcunha de “rei”, ficou eternizado no nome do restaurante, enquanto a tia, Maria Olímpia Ferreira, continuou a apostar no leitão assado, como prato principal do Rei dos Leitões, legado preservado por Licínia Ferreira.
Trinchar o leitão é uma arte ensinada por Licínia Ferreira
À frente do restaurante, desde 1989, teve a necessidade de melhorar a oferta no início da segunda década do século XXI, ideia planeada e implementada a par com Paulo Rodrigues, com quem Licínia Ferreira partilha esta aventura.
O Morgado do Bussaco de Lídia Ribeira é “de comer e chorar por mais”, dizem os gulosos
As outras carnes, o peixe e o marisco frescos comprovam a aposta na variedade, mas também na qualidade de cada produto. Desde as entradas à sobremesa, com destaque para o Morgado do Bussaco, confecionado pelas mãos da chef pasteleira Lídia Ribeiro.
Note-se a carta de vinhos que repousam na Adega do Rei, conhecida pela faustosa diversidade traduzida em mais de 3500 referências vínicas produzidas dentro e fora de portas, com particular destaque para a região vitivinícola da Bairrada e, claro, para o serviço efectuado pelo escanção Fernando Ruas. Sem esquecer a cortesia desta casa de Licínia Ferreira e Paulo Rodrigues.